segunda-feira, julho 31, 2006

Sobre riquezas e memórias

A menina rasga e envelope e o aroma adocicado invade o ar. Vem com cheiro de infância. Muita coisa mudou na Varig, mas os lencinhos umidecidos continuam os mesmos. Quase posso ver o envelope azul escuro, de bordas brancas, com uma estrela também branca de oito pontas estampada bem no meio. Meu pai os trazia para mim e meus irmãos a cada nova viagem.
O cheiro da infância despertar nostalgias pouco antes da decolagem rumo ao Rio. Foi a mesma Varig quem me levou pela primeira vez à Cidade Maravilhosa, quando eu tinha 5 anos. Num domingo de inverno vi São Paulo entortar na janela do Elektra. Achei que o avião ia cair, mas não queria preocupar meu pai contando isso a ele. Meu segredo durou pouco, porque ele logo me tranquilizou. Era apenas fazendo uma curva.
Eu ia na janela, meu pai no meio e no outro canto o meu avô. A viagem, a minha primeira num avião, era um sonho do meu avô. Homem simples nascido na roça, ele criara oito filhos com a raça dos imigrantes italianos de que descendia. Meu pai crescera ouvindo-o dizer que não queria morrer sem voar. E naquele dia embarcamos, ele aos 75 anos, no nosso primeiro avião.
No Rio, o roteiro básico dos turistas de um dia. Bondinho para o Pão de Açúcar e visita ao Cristo. Lembro-me de que o bondinho parecia uma gigantesca bolha envidraçada de onde eu avistava a cidade lá embaixo. Não sei se foi criação da minha imaginação, mas lembro de como meu pai me erguia para olhar por uma abertura no teto. Será que existia tão abertura? Não sei. O Pão de Açúcar me parecia muito alto, naquele tempo e só voltei ao cartão postal mais uma vez, 20 anos depois. Pareceu-me bem mais baixo e não me lembro de ter procurado a tal janela no teto.
Do Cristo, trouxe na lembrança os personagens gigantes de Walt Disney que tocavam numa banda, especialmente o Pateta, o Dumbo e o Mickey. Pobres músicos, hoje eu sei, suando (literalmente) a pelúcia da fantasia para ganhar algum dinheiro.
Viajar de avião no Brasil daquele tempo não era tão fácil como hoje. Embora fosse o mais promissor entre os irmãos, meu pai estava longe da riqueza. Mesmo assim, ele realizou o sonho do meu avô, que morreria seis anos depois. Na minha primeira visita ao Rio, meu pai me ensinou, provavelmente sem notar, que a vida pode ser boa quando se acumula riquezas. Mas é muito melhor quando a usamos para acumular memórias.

domingo, julho 30, 2006

Santa de portas abertas


Ontem teve Santa de Portas Abertas, o dia em que todos os artistas de Santa Tereza abrem as portas de suas casas e ateliês. É meio esquisito entender que, num mundo em que as pessoas têm cada vez mais medo dos estranhos, e as casas mais medo da rua, ainda possa existir um bairro que abra as portas a gente totalmente desconhecida.

Até os apartamentos entraram no roteiro. “O que é que tem lá?”, pergunto eu ao porteiro de um prédio onde tem uma bandeirinha indicando que ali tem porta aberta. “Diz que é pintura a óleo. Acho que é óleo, né? Não entendo bem desse negócio não”, ele responde, apontando o caminho para o elevador. Subimos, olhamos as aquarelas (não, não era óleo...) e, da janela da moça, ficamos observando o zanzar das pessoas pelas ruas de Santa. Um quê de festival, de quermesse, de carnaval. Como se, com o movimento, o bairro ganhasse alma.

Pra quem não conhece, Santa Tereza está longe de ser um exemplo de tranqüilidade. Fica grudada no centro do Rio e está rodeada por favelas. Volta e meia tem caso de assalto por lá. Mas ainda assim os moradores mostram que não se rendem e que querem, muito pelo contrário, resgatar o velho e bom espírito da vila do interior, onde o vizinho batia na porta do outro para pedir açúcar, para oferecer bolo, para pedir que o outro desse uma olhadinha na porta enquanto ele descia até a padaria. Acho que portões - e vizinhos - abertos é o que dá alma a um bairro.

quinta-feira, julho 27, 2006

A casa da Lagoa vai à casa do Chapéu

Essa semana tive a oportunidade de conhecer o novo endereço dos amigos da baronesa (apresentados no post anterior). Foi uma verdadeira procissão da casa da Lagoa à casa do Chapéu. Na trupe estavam técnicos da ONU, da Caixa, do Sesc e de uma construtora, que vieram da Ilha da Fantasia conhecer outra ilha separada da nossa por uns quatro túneis e vários viadutos: Rocinha II, uma favela no subúrbio de Cidade de Deus que sonha em ser Rocinha (dá pra imaginar?). O motivo da visita era um projeto habitacional que deve ser implantado ali até o início dos jogos Panamericanos, que vão acontecer ali do lado, a menos de 1km.

E então chega na casa do Chapéu a procissão da casa da Lagoa. Vai passando pelos becos, desviando dos porcos e dos filetes de esgoto. “Pisa na 'táuba', dona!”, ensina um dos anfitriões, apontando para um caminho feito de pedaços de madeira e papelão. Perfeito para proteger os tênis da lagoa da sujeira do brejo.

Passamos por uma adolescente de pés descalços e unhas (do pé) pintadas de roxo. Ela explica: “Pintei agora, não quero botar o chinelo para não estragar”. Mais adiante, uma menina de uns cinco anos aparece na porta do barraco falando no celular. Por um momento eu penso que o aparelho deve ser de brinquedo e que ela finge falar para se exibir para a procissão. Pensando bem, não sei qual dos casos é pior.

A procissão segue, embalada pelo som alto de música pop americana que vem das casas. Olho para trás e vejo que a procissão está agora bem grande, com as gentes da casa do Chapéu seguindo as gentes das casas da Lagoa, como que esperando para ver o milagre que elas vieram trazer dessa vez. Ou simplesmente para ver as garotas de Ipanema (éramos 4) passando cheias de graça, como no comentário malicioso de um garoto: “Nossa, quanta gatinha... Essa parada de eleição é uma beleza mesmo...”, disse ele, mostrando que visita da zona Sul, só em época de campanha.

A procissão se vai, deixando um gostinho de quero-mais na boca das gentes das casas do Chapéu. Será que dessa vez o milagre vem?

quarta-feira, julho 19, 2006

Os amigos da baronesa

Nos anos 60, as casas da lagoa eram muito mais numerosas. Pelo menos outros 10 mil vizinhos moravam por aqui, na encosta do morro onde fica hoje o Parque da Catacumba. Dizem que tudo começou no início do século XX, quando a baronesa da Lagoa Rodrigo de Freitas deixou suas terras para os ex-escravos.

Com o tempo, ex-escravo foi virando novo pobre, e as terras da baronesa foram virando favela. Para quem quiser ver uma foto daquela época, tem uma ótima na página do Zé Lobato no Flickr: flickr.com/photos/ze_lobato/149803889/

E pra quem quiser ler mais sobre a história da favela da Catacumba: http://www.favelatemmemoria.com.br/publique/cgi/cgilua.exe/sys/

O fato é que em 1970 o governo decidiu que os amigos da baronesa eram pobres demais para terem o privilégio da vista para a lagoa. Passou o rodo na área, mandou a galera pra casa do chapéu e enfeitou aquele canto da lagoa com prédios de luxo.

O plano de trocar as casas da lagoa pelas casas do chapéu parecia perfeito. Remover (detesto esse termo) os moradores e colocá-los em conjuntos habitacionais construídos na zona Oeste, que na época era um total vazio. Batizar com um nome bonito (tipo... Cidade de Deus?) e pronto! Golpe de mestre.

Só faltou lembrar de um detalhe: para viver, aquelas pessoas precisavam mais do que casas; precisavam de trabalho, o que obviamente não existia na área das casas do chapéu – assim como também não existia infra-estrutura para que a região prosperasse, nem transporte para trazer os trabalhadores até seus antigos empregos na zona Sul. Taí o resultado: Cidade de Deus virou um dos maiores desastres sociais do Rio de Janeiro e um dos maiores quartéis do tráfico de drogas.

terça-feira, julho 18, 2006

A árvore de Natal da Lagoa

Do outro lado da lagoa fica a Rocinha. A favela veio subindo lá do lado de São Conrado e acabou descendo pelo lado de cá do morro, invadindo a ilha da fantasia. Ninguém ousou segurar... Virou parte da paisagem. Mas sabe que tem gente que até gosta? Ouvi outro dia uma senhora poodle de sensibilidade aguçadíssima (típica da vizinhança) dizer que achava bonito ver aquelas luzinhas todas penduradas no morro quando a noite cai. “Parece árvore de Natal”. Que impressionante capacidade cognitiva, não?

Imagino sua casa. O jogo de luzes bem posicionadas no interior do salão envidraçado exibe para quem anda pela lagoa o bom-gosto na decoração e a intimidade da família, desfrutando a dolce vita da ilha da Fantasia. Da janela, a senhora poodle deve ter o privilégio de enxergar, a cada noite, a enorme árvore de Natal do lado. Crescendo a cada dia (que beleza, não?)...

A noite e a distância escondem os barracos, os esgotos, o emaranhado dos gatos (ligações irregulares de fios elétricos). Escondem também os meninos armados, as mulheres abandonadas, os negros de todas as cores e os paraíbas de todos os nordestes. Essas coisas desagradáveis de se ver... Ah, e daqui também não se ouvem os tiros nem as sirenes de polícia. Ficam só mesmo os pontinhos iluminados, ornando a lagoa como penduricalhos natalinos.

sexta-feira, julho 07, 2006

Atrações da Cidade Maravilhosa



Domingo de sol.
Céu azul e ar frio. Sob a proteção do braço direito do Redentor, a floresta nativa de Mata Atlântica esconde a casa do Parque Lage, uma deliciosa atração secreta da Cidade Maravilhosa. Construída em estilo eclético, revestida em cantaria e com um pátio central tomado por uma piscina de pedras, a mansão pertenceu a Henrique Lage, um excêntrico armador do século XIX. Os jardins foram projetados pelo paisagista inglês Jhon Tyndale, em 1840 e a propriedade foi tombada em 1957. O charme, porém, é a área da piscina. Dezenas de pessoas se aglomeram ali nas manhãs de domingo e trocam longas esperas pelo direito de pagar 15 reais por poucas fatias de pão caseiro, uma porção francesa de doce de abóbora, um suco e um café com leite. Vários estrangeiros tentam valer-se da ignorância da língua para assaltar mesas em débeis tentativas de furar a fila. São polidamente advertidos pela universitária que faz as vezes de garçonete descolada do lugar. O petit déjeuner é caro, a fila é grande, mas existe um certo ar europeu no lugar, um não sei que de Plaza Mayor madrileña, um charme de abóbodas sarracenas.

Segunda-feira nublada.
O ônibus frea em cima da curva no final da descida e despeja passageiros num quadrilátero cimentado a que chamam praça. Escondido ali perto, ao lado do complexo cruzamento de viadutos, um corpo mal coberto por sacos plásticos verdes da Comlurb sangra no asfalto. Um amontoado de lataria amarrotada, batida, ralada, nas cores azul e branco e com um luminoso no teto, faz as vezes de viatura da Polícia Militar. Um único soldado, fuzil no ombro e banha em luta com o colete à prova de balas, toma conta da cena na Cidade Nova, centro do Rio. Dezenas de pessoas trocam minutos ociosos pelo direito de olhar alguém que não conhecem e sobre quem nada sabem, a não ser que está morto, baleado e mal coberto por sacos de lixo que deixam um pé negro descalço de fora. Apenas mais um corpo. Outros oito apareceriam nas imediações no dia seguinte, denunciando uma guerra entre traficantes dos Morros de São Carlos e do Querosene, ambos no centro, longe demais para esperar pela proteção do braço esquerdo do Redentor.

Cadáver insepulto

Uma semana passou e o Rio de Janeiro continua discutindo em bares, ônibus, quitandas e assemelhados a banha de Ronaldo, a cinta-liga de Roberto Carlos e as orelhas longas de Parreira... Encomendei missa de 7º dia na Igreja de Nossa Senhora das Dores, avenida Paulo de Frontein, número 500. Quem sabe assim deixam descansar em paz a alma atormentada da Seleção...

segunda-feira, julho 03, 2006

Tiroteio na Rua México

No meio da reunião eu ouço tiros. Penso que é um carro velho fazendo estalos. É o mais próximo de um tiro que eu já tinha ouvido até hoje. "É bala", constata alguém cujo ouvido já está mais apurado. 20 segundos de olhares de condenação, outros 20 de resignação, e a reunião segue no papo sobre desenvolvimento econômico. Fico meio desconcentrada, com aquele barulho estalado latejando no meu sub-consciente.

A reunião acaba e encontramos um pequeno alvoroço na portaria. O barulho da ambulância é suspeito. Pergunto para um grupo de senhoras que parecem estar envolvidíssimas com a situação. "Um assalto a banco. Um tiroteio, uma vítima só". "Ladrão?". "Não, inocente. Passava de carro na hora errada, no lugar errado". A mesma esquina por onde eu passara momentos antes.

A ambulância vai embora e a confusão se desfaz. A vida segue seu curso na mesma normalidade. De volta ao escritório, me perguntam sobre a reunião. "Foi ótima", eu respondo. E só depois me lembro dos tiros. Deus do céu, será que eu também estou entrando no estado anestesiado em que a maioria vive por aqui? Por quanto tempo vai latejar na minha cabeça o próximo tiro?

domingo, julho 02, 2006

110 Rodoviária-Leblon

Sentada sobre a mala de barbie, com puxador e rodinhas, a menina conversa animada com a coleguinha. Uniforme branco e laranja da rede pública do Rio, cabelos de molinha à altura dos ombros, presos por um laço frouxo atrás, eriçados pelo vento da janela. Deve ter seus 7 anos, talvez mais. Lábios grossos, dentes à Gaúcho, ela se enquadra no que a sociologia de Pindorama convencionou chamar mestiço, ou pardo. A luz da manhã no rosto mostra que está mais pra branca do que negra. Fiquei ali observando a luz no olhar, o sorriso aberto, as mãos dançando no ar no mesmo ritmo frenético dos casos inaudíveis que contava. E imaginando quanto tempo vai demorar para que ela se transforme na adolescente sentada três bancos atrás, 16 anos no máximo, unhas roídas brilhando numa confusão de cores berrantes, sandália de dedo com 10 cm de sola, barriga lutando com a miniblusa que defintivamente não foi cortada para vestir o bebê de 6 ou 7 meses que se forma. Olhar perdido, embaçado, talvez a gravidez tenha chegado antes dos diplomas, dos empregos e das viagens com que a cabelos de molinhas ainda sonha... Em que momento da vida será que perdemos a inocência, a espontaneidade da cabelos de molinha? Essa não-preocupação com o que não devemos nos preocupar? O que será que podemos fazer para evitar que a cabelos de molinha troque os volteios animados de mão no ar pelo olhar embaçado? O quê?

Gente Numerada


Copa do Mundo é isso. Milhares de Ronaldinhos Gaúchos, Ronaldinhos Gorduchos e Adrianos desfilando nos bares da Lapa, nos calçadões de Ipanema, na ciclovia da Lagoa. De vez em quando um Kaká de camelô (afinal, ele é atleta da concorrência e não pode ter seu nome na camisa), mas nunca um Émerson, um Cafu. Dida, Lúcio e Juan, então, nem pensar. Não importa que salvem a retaguarda de todos os brasileiros com atuações de placa, nunca desfilam por lugar nenhum, além dos gramados de Alemanha. Mas será que a moça aí da foto quer mesmo ser o Zé Roberto? Estamos no Rio de Janeiro, me explica um amigo. Onde a mística da camisa 11 ainda é grande por causa de Romário.
Que espetáculo! No Rio, Romário ainda tem fãs! Copa do Mundo é isso.
E lá vai a legião de gente numerada, agredindo a paisagem com as cores berrantes. E aumentando os lucros da marca do escorpião. Just do it!

A pracinha das crianças e dos velhinhos


Hoje de manhã fomos tirar foto na lagoa. Fiquei um tempo sentada na pracinha das crianças, aquela onde o povo da Caras sempre consegue flagrar uma global em momentos "relax" ("fulaninha em jardineira Diesel, óculos Dior, bolsa Prada, com seu filho fulaninho em macaquinho Diesel kids, chupeta Dior kids etc etc).

Olhando além dos modelinhos etiquetados, a pracinha tem coisas bem mais interessantes. Dividida em duas partes (um parquinho e uma área com mesinhas do tio do coco), ela atrai, além das crianças e suas babás de branco, muitos velhinhos também com babás de branco. Eles não conseguem descer no escorregador nem brincar de gangorra, mas ficam ali, nos seus carrinhos de rodas grandes, aproveitando o sol e brincando com as mãos das babás. Como as crianças, não conseguem usar muito bem a voz e as palavras. Mas absorvem como ninguém o mundo em silêncio.

Engraçado como gerações tão distantes procuram os mesmos espaços. O que será que cada um busca ali? Fácil: buscam a alegria das coisas simples da vida. Como sentir o vento cachear o cabelo ou acompanhar o plano de vôo dos passarinhos. Daí fico pensando: a vida só pode ser mesmo cíclica. Ao final, a gente vai se aproximando mais e mais do que éramos quando nascemos. E resgatamos os superpoderes que nos fazem ver através das aparências e sentir além das emoções fugazes. A vida é uma ciranda, gente! E quando eu estiver velhinha quero que me coloquem no balanço!

Movimento pelo Tatu tropical


Quem nunca ouviu falar da misteriosa caverna, em São Tomé das Letras, ligada por um mítico túnel diretamente a Machu Pichu, a cidade sagrada dos Incas? Pois no Rio de Janeiro há um túnel mágico também, nada mítico, feito em concreto, que liga a vida real e dura dos brasileiros pobres à uma espécie de ilha da fantasia tropical.
O Túnel Rebouças, via expressa de tráfego intenso, separa as casas pobres de tijolos do Jornal Nacional das coberturas ensolaradas da novela das 8 (by Manoel Carlos).
Pra quem não conhece, o túnel começa num elevado cinza, passa sob o morro que serve de pedestal ao Redentor e desembarca no espelho d'água da Lagoa Rodrigo de Freitas, onde só falta o Tatu, aquele anãozinho que recepcionava os visitantes da Ilha da Fantasia no seriado brega norte-americano. No programa, os visitantes chegavam num hidroavião. Aqui, chegam de carro vindos da Linha Vermelha que corta a Baixada Fluminense... Quite a view!
Como novo morador deste paraíso natural de contrastes sociais, decidi contribuir com a paisagem urbana carioca e iniciei um movimento pela construção de uma estátua do anãozinho Tatu, mas em proporções agigantadas, a ser instalada logo na saída do túnel que separa base e pico da pirâmide de renda do IBGE. Um imenso anão gigante - se é que isso é possível -, uma espécie de Tatu Tropical, a nos lembrar, assim que saímos do túnel, que estamos entrando na Ilha da Fantasia das elites brasileiras.