quarta-feira, dezembro 12, 2007

Respostas que podem mudar o mundo

A Árvore de Natal da Lagoa, sobre a qual escrevi no ano passado, está de volta, atraindo milhares de pessoas e tumultuando o trânsito do bairro. Este ano ela vem com 85 metros de altura, três a mais do que no passado. Com isso, pretende entrar para o Guinness, o famigerado livro dos recordes.
A resposta que poderia mudar o mundo é: por que os brasileiros têm tanta fixação por entrar para esse livro chulé que não serve para nada? Se tivéssemos a mesma disposição para produzir vencedores de prêmios Nobel, nossa educação estaria muito melhor, nossa pesquisa científica idem e, conseqüentemente o país teria um futuro mais promissor.
É, mas aí daria muito mais trabalho...

segunda-feira, dezembro 10, 2007

Diálogos roubados VI - Você decide o final

Porta da padaria do bairro onde eu moro, de manhã. Um PM, de pé na calçada, com um pente de balas da pistola automática na mão, conversa baixinho com a apontadora do jogo do bicho que costuma fazer ponto ali, ao lado da banca:

ELA - Não tem como escapar?
ELE - Não tem jeito...

Foi só o que eu consegui ouvir, porque os dois falavam em voz baixa, como se estivessem negociando algo que outros não deveriam saber. Sabendo que a bicheira está todos os dias ali e que eu já vi esse mesmo PM outras vezes na área, sem incomodá-la, alguém se arrisca a imaginar como termina essa história?

Não jogue lixo na rua

Quando meus pais me ensinaram, ainda na infância, que eu não deveria jogar lixo na rua, eles se referiam a papéis de bala, pirulitos, chicletes e outras miudezas do gênero. Pois aqui no Rio de Janeiro, jogar lixo na rua significa um problema bem mais sério.
Lá no bairro onde eu trabalho, algumas esquinas se transformam em mini-lixões, onde se acumulam detritos durante dias até que passe um caminhão da Comlurb, ou que alguém coloque fogo na montanha fedida.
Hoje, quando chegava ao trabalho e passava por uma dessas esquinas, sofri um ataque aéreo de um saco de lixo. Ele caiu bem minha frente. Um passo a mais, e eu teria sido atingido em cheio. Atônitos, alguns dos 17 Ferdizinhos que costumam debater entre si dentro da minha cabeça diziam que era melhor seguir em frente; outros sugeriram que eu batesse na casa, calmamente, para explicar que não deveriam fazer aquilo, que poderia machucar alguém... Tudo isso em meio segundo, que foi o tempo que o Ferdizinho estourado levou para comandar o cérebro a jogar o saco de lixo de volta por cima do muro. Ataque revidado, o Ferdizinho furioso deu-se por contente e eu segui o meu caminho calmamente.

quarta-feira, dezembro 05, 2007

Os feriadões da Justiça

O caso aconteceu no último feriado de novembro, mas só chegou ao conhecimento da Casa da Lagoa esta semana, numa conversa de borda de piscina com a mesma juíza que é coleguinha de natação do diálogos roubados IV. Ela contou que, durante o longo feriadão, a polícia do Rio interceptou um grande carregamento de armas que saía do Morro do Alemão com destino a Niterói.
O flagrante foi enviado ao plantão criminal do TJ, mas o plantonista, desacostumado com assuntos dessa natureza, leu o ofício e achou de encaminhá-lo à uma vara de Niterói. O certo teria sido enviá-la para a vara que abrange a área de Ramos, na qual atua a coleguinha. Resultado: o juiz de Niterói devolveu o processo, mas nesse caminho todo de idas e vindas, passaram três dias.
Como a lei diz que a polícia deve informar ao juiz sobre o flagrante em até 24 horas para manter o criminoso preso, o bandidão que transportava fuzis, pistolas e munição para Niterói durante o feriado foi solto.
A coleguinha jura que, embora lamentável, foi um engano do funcionário. Afinal, ele não era da área, porque os da área estavam no feriadão.
Coincidentemente, um engano providencial para uma das partes.