quarta-feira, agosto 15, 2007

O amor em três atos (e um entreato)

Primeiro ato
No início era a palavra. Escrita. Em frases curtas. Bem construídas. Concisas. Como mandam os manuais. Nos caminhos bem pavimentados por vírgulas, pontos e pausas, nos conhecemos. Ela escrevia; eu reescrevia. Nasceu a admiração.

Segundo ato
Depois veio a voz. Jovem, segura. Transportada por ondas eletromagnéticas que corriam em fios de uma rede enigmática. Eu perguntava; ela respondia. E novos textos nasciam. Mais mistério, mais admiração.

Entreatos
Longos cabelos ondulados flutuando numa sala envidraçada que não era minha. Eu estava de passagem, só a vi de relance, de costas ainda por cima. Mas já sabia sem saber. Só podia ser.

Terceiro [e último (ou seria primeiro?)] ato
Fulminante como... não achei palavra até hoje. O que seria? Meu espaço vital invadido por um olhar. Inocente. Sem intenção. Fazendo contato com a minha essência. Disparando adrenalina. Deixando marcas. Prazer. Todo meu. Não havia o que fazer. Nem pra onde correr.

Só depois de muito, muito tepo, viria o primeiro beijo.

2 comentários:

Sharon disse...

sempre me apaixono pelo que é verdadeiro. adoro a historinha de vcs.

Anônimo disse...

Esse relato vale pela sensibilidade da narrativa - lindo!
Mas como boa noveleira que um dia fui, posso dizer que nada supera a Pri contando cada detalhe da formatura na Holanda - rs.