domingo, agosto 12, 2007

Divagações literárias

Desde criança, ler e escrever eram minhas diversões preferidas. Aos 12 anos eu já juntava o dinheirinho da mesada para comprar livros nas prateleiras da rede francesa de supermercados. E nas aulas de redação da escola, era sempre o primeiro a me oferecer para ler as composições na frente da sala. Nada mais natural, portanto, que superada aquela fase da infância em que a gente quer ser herói quando crescer (bombeiro, policial, médico ou qualquer coisa que salve a vida alheia), eu tenha começado a acalentar o sonho de ser escritor.
Todo mundo achava que eu estava ficando maluco, ia morrer de fome no Brasil onde, pelo visto, só eu gostava de ler. E o pragmatismo me arrastou para o jornalismo, essa sim uma profissão, com diploma universitário, carteira assinada e tudo. Encarei como meu destino e passei os últimos 17 anos nadando no que a língua portuguesa tem de mais medíocre. Quanto mais os anos passavam e mais postos de chefia eu galgava, menos eu escrevia e menos eu lia. Minhas duas diversões preferidas haviam se transformado em obrigações.
Um pouco por isso nasceu este blog. Como uma última trincheira do prazer de escrever ou, quem sabe, um tímido suspiro na direção daquele sonho de virar escitor...
Toda essa divagação só para falar do texto revelador da minha amiga Anna V., em seu blog Terapia Zero, que eu acho que todos vocês, amigos da Casa da Lagoa com pretensões literárias, deveriam ler. Não se trata de desanimar ninguém, mas de estimular o debate criativo para romper com os paradigmas. Leiam lá. Vocês não se arrependerão.

Um comentário:

Marina disse...

Ferdi, o texto é ótimo mesmo, um bom panorama de quem conhece bem como funciona esse mercado no Brasil. Mas me deixou na angústia de querer soluções, principalmente para os autores. Penso que talvez a internet seja a saída. Mas como viver de ser blogueiro? Com anúncios do Google? Um amigo tem tirado um bom dinheiro com isso, mas teve de adaptar totalmente o blog aos assuntos mais procurados na web: sexo, celebridades...