Primeiro ato
No início era a palavra. Escrita. Em frases curtas. Bem construídas. Concisas. Como mandam os manuais. Nos caminhos bem pavimentados por vírgulas, pontos e pausas, nos conhecemos. Ela escrevia; eu reescrevia. Nasceu a admiração.
Segundo ato
Depois veio a voz. Jovem, segura. Transportada por ondas eletromagnéticas que corriam em fios de uma rede enigmática. Eu perguntava; ela respondia. E novos textos nasciam. Mais mistério, mais admiração.
Entreatos
Longos cabelos ondulados flutuando numa sala envidraçada que não era minha. Eu estava de passagem, só a vi de relance, de costas ainda por cima. Mas já sabia sem saber. Só podia ser.
Terceiro [e último (ou seria primeiro?)] ato
Fulminante como... não achei palavra até hoje. O que seria? Meu espaço vital invadido por um olhar. Inocente. Sem intenção. Fazendo contato com a minha essência. Disparando adrenalina. Deixando marcas. Prazer. Todo meu. Não havia o que fazer. Nem pra onde correr.
Só depois de muito, muito tepo, viria o primeiro beijo.
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2 comentários:
sempre me apaixono pelo que é verdadeiro. adoro a historinha de vcs.
Esse relato vale pela sensibilidade da narrativa - lindo!
Mas como boa noveleira que um dia fui, posso dizer que nada supera a Pri contando cada detalhe da formatura na Holanda - rs.
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