sexta-feira, outubro 06, 2006

Diário de Naná


Fechei o Festival de Cinema do Rio, na última quinta-feira, assistindo a um primor de filme: "Diário de Naná". A história surgiu quando o pernambucano Naná Vasconcelos foi convidado, em 2005, a fazer uma viagem pelo Recôncavo Baiano em busca da música sagrada e do sagrado da música. Que espetáculo.
A fotografia de Jay Yamashita é primorosa (note a luz na cena em que Virgínia Rodrigues canta, acompanhada por Naná, no porão do Mercado Modelo, em Salvador). E o filme de Paschoal Samora voa em 60 minutos e termina despretensioso, mas deixando um misto de quero mais, uma emoção no ar que eriça a pele, arranca lágrimas.
Saí bagunçado com a possibilidade de ver ali, em technicolor na tela grande de um cinema do Centro do Rio, como eu não conheço o Brasil. E como esse Brasil são vários e tão profundos, místicos e secretos, que jamais poderei conhecê-los todos. Mesmo que pisasse nas pegadas de Naná pelo Recôncavo, não ouviria aqueles sons, não abriria aquelas portas. É tocante.

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