quinta-feira, outubro 04, 2007

No caminho tinha uma praça

Saí de uma reunião de trabalho às 16:30 e tinha um compromisso às 18:00. Inevitavelmente comecei a calcular o que faria nesse intervalo. Lembrei dos emails que tinha que mandar, das coisas que precisava comprar, dos telefonemas que tinha que fazer, do relatório que estava atrasado... Ao final decidi ir a um cibercafe cuidar dos emails.

Mas no caminho tinha uma praça.

Um praça tijucana totalmente desconhecida para mim. Cheia de crianças brincando, árvores altas, velhinhos jogando dama e bancos, muitos bancos. Pára tudo, pensei. Ou, como disse uma vez meu poetinha, pára o mundo que eu quero descer. Deixei os emails pra depois e me sentei em frente ao balanço.

Meia hora no banco da praça foi o presente do meu eu zen pro meu eu sem-(tempo) (sempre sem-tempo!). Tirei os sapatos, deitei. Fiquei ouvindo o barulho esquisito das pombas, vendo as miúdas flores amarelas anunciarem a primavera, a vendedora de algodão doce, o sorveteiro curioso passando para ver o que eu rabiscava, as crianças de volta da escola, as meninas jogando vôlei numa roda sem jeito, as crianças no balanço... Ai, como eu gostava de um balanço... E que nostalgia me deu o grunhido da corrente enferrujada a cada balançar.

E se eu tivesse ido ao cibercafe? O tempo passaria voando e eu provavelmente sairia com a sensação de que não foi o suficiente para todos os meus emails. Lá se ia o dia sem ter sido vivido! Acho que os 30 minutos que passei na praça foram os mais bem aproveitados do meu dia. Deixei de ser refém do tempo para escolher o que fazer com ele. E me senti mais viva do que nunca!

Estou lançando a campanha: Dê 30 minutinhos de praça ao seu dia!

3 comentários:

Anônimo disse...

Eu já aderi à campanha faz bastante tempo! Só que eu me dou 40 minutos, sempre. Com certeza foi a melhor escolha.

Anônimo disse...

que delícia, pri.
vou aderir à sua campanha :)

Anônimo disse...

Logo que comecei a ler o texto já percebi que tinha o seu jeitinho - gostoso identificar assim os autores as coisas.
E vc tem toda razão. Tem coisas tão gostosas e simples na vida... o grande barato é saber apreciar!