sexta-feira, junho 01, 2007

O Brasil dos cartórios

Quando minha mãe nasceu, meu avô decidiu homenager a mãe dele batizando a filha de Casemira Augusta. Preocupada com o futuro da inocente, minha tia mais velha sugeriu que ele transferisse a homenagem, batizando a caçula de dez filhos com o nome da minha avó. Para mostrar que era um homem flexível, meu avô cedeu. E minha virou Beatriz Casemira.
Foi assim que Casemira, esse nome português fora de uso, foi parar na minha certidão de nascimento. E logo esse nome, que ela sempre abonimou, acaba de nos fazer descobrir que eu e meus irmãos não somos filhos da mesma mãe. Eu e minha irmã mais velha somos filhos de Beatriz Casemira. Meus dois irmãos mais novos descobriram há pouco que são filhos de Beatriz Casimira. Não notou diferença? Nem você, nem o escrevente desatento do cartório que grafou errado o nome da minha mãe na certidão deles, com I em lugar de E.
Quem descobriu o erro foi minha irmã mais nova, tentando tirar uma nova cédula de identidade, com o nome de casada. Quando compareceu ao Poupatempo, a funcionária percebeu que na certidão de nascimento que ela portava, o nome grafado era Casemira. Mas na de casamento, era Casimira.
Foi investigar e descobriu que no livro do cartório de registro, o registro é com I. Apesar de ela ter uma cópia original da certidão com E. E agora vai ter de entrar na Justiça para pedir a um juiz o direito de corrigir o nome nas certidões de nascimento e casamento dela e nas certidões de nascimento das filhas dela, para poder renovar o Passaporte e o RG.
Parece piada? Não é. É grave. Vai gastar um dinheiro e um tempo enorme. Porque no Brasil dos Cartórios, uma certdião de papel com selos holográficos e carimbos vale mais do que a sua palavra. E enquanto ela não fizer isso, não terá mais direito a documentos de identificação.

3 comentários:

Marina disse...

Ah, Brasil...esse meu comentário é sem comentários...

Anônimo disse...

Bom, neste caso realemte houve um erro, mas vc tem reconhecer que niguem é perfeito, e o funcionario que fez a certidao é humano e pode errar, ou seja, a culpa alem do funcionario é de sua mae que nao conferiu o documento

Anônimo disse...

éh a culpa sempre é da mãe..